Bolsa, ações, fundos e renda fixa: saiba o cenário traçado pela XP Asset para agosto


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Após um primeiro semestre de performance positiva, a bolsa brasileira registrou um forte recuo em julho, ficando cerca de 10% atrás de seus pares emergentes.

Segundo Marcos Peixoto, gestor da área de renda variável da XP Asset, o movimento levou o mercado acionário nacional de volta aos níveis observados em 16 de janeiro deste ano.

“Apesar do rali no acumulado do ano, o Brasil perdeu o bonde. A maioria das bolsas globais está renovando máximas históricas e nós ficamos para trás”, afirmou, durante live mensal da XP Asset.

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A correção de aproximadamente 5% no Ibovespa, por sua vez, pode ser considerada “normal”, entretanto chamou atenção pela magnitude do afastamento em relação a outras praças, aponta o gestor da XP Asset.

A movimentação foi intensificada por uma saída líquida de mais de R$ 10 bilhões em capital estrangeiro no mês, reduzindo o saldo positivo acumulado no ano para R$ 20 bilhões.

Para Peixoto, os ruídos institucionais — como discussões sobre tarifas e interferências políticas — pesaram mais na decisão dos investidores do que a questão eleitoral em si.

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“O mercado local demonstrou preocupação com o aumento de popularidade do governo, mas a leitura predominante é que o fluxo negativo tem mais a ver com o barulho institucional do que com as urnas”, destacou, durante live mensal da XP Asset.

Apesar do ambiente mais turbulento, Peixoto aponta que os preços atuais já refletem boa parte das más notícias, o que pode abrir espaço para uma retomada.

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No recorte setorial, o segmento bancário mostrou resiliência, com destaque para os bancos privados que seguem com performance sólida nas carteiras dos fundos da casa.

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O Banco do Brasil (BBAS3), por sua vez, destoou negativamente, afetado por questões específicas do setor agro. Com isso, o papel foi retirado do portfólio. “Seguimos com Itaú (ITUB4) e outros bancos privados que continuam entregando bons resultados”, disse Peixoto.

Na avaliação da XP, a temporada de balanços do segundo trimestre deve vir positiva, sustentada por uma dinâmica microeconômica ainda favorável às companhias. A maior incerteza, contudo, recai sobre o segundo semestre.

“Há sinais de desaceleração econômica, mas não de forma generalizada. O trade-off entre crescimento menor e a possibilidade de queda de juros em 2026 pode ser até benéfico para o mercado”, ponderou.

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Setores mais ligados à atividade doméstica foram os que mais sofreram em julho. Já os papéis defensivos e dolarizados conseguiram preservar valor.

Dentro da carteira da XP, empresas como Marcopolo (POMO4), Suzano (SUZB3) e Minerva (BEEF3) apresentaram ganhos, mesmo com o movimento de correção. A Marcopolo, posição recente, surpreendeu positivamente com seus resultados.

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Reposicionamentos táticos em ações e novas apostas

A XP zerou sua posição em Renner (LREN3), que teve queda de cerca de 15% no mês, realocando recursos para outras oportunidades na bolsa. Já a Azzas (AZZA3), com valuation atrativo e menor impacto sazonal no inverno, foi mantida no portfólio.

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“Apesar da realização, a base de comparação é mais fraca e o papel continua com bom potencial”, explicou Max Peixoto.

No setor de varejo, Vivara (VIVA3) segue se destacando por ser menos sensível à sazonalidade. Já a Hapvida (HAPV3) sofreu com o movimento do mercado, mas permanece no portfólio da casa devido ao valuation considerado atrativo.

A gestora também aproveitou o momento para iniciar posições em BTG Pactual (BPAC11) — apostando em um segundo trimestre sólido — e em Tenda (TEND3), do setor de construção para baixa renda, após queda monitorada.

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“O momento é de olhar caso a caso, buscando empresas com fundamentos sólidos e boa perspectiva de recuperação. A bolsa brasileira está barata, e isso pode representar uma oportunidade, especialmente se o cenário macro ajudar”, concluiu o especialista.

Renda fixa atrai fluxo robusto e debêntures têm mês recorde

Na renda fixa, julho foi marcado por uma forte captação líquida na indústria, com entrada de R$ 22,2 bilhões — bem acima dos R$ 12 bilhões registrados em junho.

Segundo Eric Vieira, da XP, os fundos isentos aceleraram captação, saindo de R$ 9 bilhões para R$ 10,3 bilhões, enquanto os fundos D0, D1 e D2/D15 também mostraram desempenho expressivo.

No mercado primário, o mês foi o mais forte do ano para debêntures não isentas, com emissão de R$ 34,7 bilhões. Já as debêntures incentivadas somaram R$ 14,6 bilhões, elevando o acumulado do ano para R$ 78,9 bilhões — valor já superior ao total emitido em 2024.

“As alocações em empresas como Autobahn, Localiza (RENT3), PetroRio (PRIO3) e Rodovia das Colinas performaram bem no mercado secundário”, informou Vieira.

O ambiente de maior aversão ao risco impactou a curva DI, que abriu entre 40 e 60 pontos-base na média e longo prazo. Já as NTN-Bs também apresentaram abertura, com inflação implícita subindo em menor intensidade. A curva DI terminou o mês praticamente estável, em 1,42%.

Fundos mantêm foco em risco controlado e duration curta

Entre os fundos da casa, os produtos D0 e D1 mantiveram estratégias com baixa duração e foco em reinvestimento de vencimentos mensais, preservando o controle de risco.

Os fundos com horizonte mais longo seguiram aumentando alocações em papéis com risco baixo e duration ajustada. O XP Corporate Top, por exemplo, alcançou 93,4% de alocação, duration de dois anos e spread bruto de CDI+1,17%.

Já o XP Corporate Plus apresentou alocação de 95,5% e spread bruto de CDI+1,71%. O fundo XP Seguros Previdência encerrou o mês com mais de 82% alocado.

Os fundos isentos seguem sendo destaque para investidores pessoas físicas, com retornos líquidos atrativos: cerca de 111% do CDI (XP Incentivado), IPCA+8,15% (B5) e IPCA+7,14% (B) — o que equivale, em termos brutos, a IPCA+10,5% e IPCA+9,3%, respectivamente.

“Ainda vemos essas alocações como bastante interessantes, com retornos sólidos ajustados ao risco”, concluiu Eric Vieira.