
Tecnológicas e Nestlé atiram Europa para o vermelho. Empresa cai mais de 3%
As principais praças europeias arrancaram a sessão a negociar maioritariamente em território negativo, num dia marcado pela desvalorização das ações da Nestlé, após a maior empresa do ramo alimentar do mundo ter demitido o seu CEO, Laurent Freixe (na imagem em cima), após um caso amoroso com uma colega. Os investidores procuram novos catalisadores para as ações do Velho Continente, numa altura em que uma nova crise em França ameaça a estabilidade política da região e, no Reino Unido, crescem as pressões para o Governo de Keir Starmer encontrar forma de dar a volta às contas públicas.
A esta hora, o Stoxx 600, “benchmark” para a negociação europeia, recua 0,46% para 548,88 pontos, afastando-se cada vez mais dos máximos históricos que atingiu no início do ano. O setor automóvel regista o melhor desempenho esta manhã, mas não avança o suficiente para compensar as perdas expressivas no setor tecnológico – sob pressão nas últimas sessões – e das empresas ligadas ao ramo alimentar.
A Nestlé afunda, neste momento, 2,57% para 73,55 euros, tendo chegado a cair 3,6%, depois de a empresa ter aberto uma investigação sobre um relacionamento amoroso que o diretor executivo terá mantido com uma colega de trabalho e sua subordinada direta. Freixe não terá comunicado a relação aos recursos humanos e o Conselho de Administração decidiu afastá-lo do cargo de CEO, escolhendo Philipp Navratil, presidente do grupo Nespresso, para o posto.
As ações europeias têm perdido força nas últimas semanas, numa altura em que os investidores parecem estar a voltar a apostar nos EUA e alguns desenvolvimentos políticos têm afastado os “traders” do Velho Continente. No curto prazo, o estratega-chefe de investimentos do BNP Paribas, Stephan Kemper, acredita que a volatilidade vai continuar na região, uma vez que “entramos no mês mais fraco do ano tanto para os mercados europeus quanto para os americanos”. No entanto, Kemper vê a Europa a “retomar o caminho de desempenho relativamente superior em relação aos EUA até ao final do ano”, contou à Reuters.
Nos resultados por praça, o francês CAC-40 continua a recuperar de forma tímida e avança 0,06%, depois de ontem ter registado ganhos de 0,05%. No entanto, Paris é a única bolsa europeia que negoceia no verde, a esta hora. O alemão DAX perde 0,74%, o italiano FTSEMIB desvaloriza 0,32%, o britânico FTSE 100 recua 0,39%, enquanto o espanhol IBEX 35 desce 0,42% e o neerlandês AEX desliza 0,54%.