As marcas apostam na publicidade, muitas vezes levando ao extremo aquilo que colocam para os consumidores analisarem. Os casos têm-se acumulado ao longo dos anos, nem sempre com os resultados esperados. Uma nova situação surgiu agora, com a Samsung e Apple a querem levar a Xiaomi a tribunal por publicidade que foi longe de mais.
Samsung e Apple querem Xiaomi em tribunal
A Apple e a Samsung emitiram notificação legal de cessação e desistência à Xiaomi devido a uma série de anúncios publicitários na Índia. Segundo as duas gigantes, fazem comparações depreciativas entre os seus produtos e os da marca chinesa. A ação judicial quer proteger o valor das marcas num dos mercados mais competitivos, onde a Apple e a Samsung detêm uma posição dominante nos smartphones premium.
De acordo com fontes próximas ao caso, a Xiaomi foi notificada por criar anúncios que “atingem diretamente o valor de marca” dos concorrentes. A campanha, descrita como “marketing de emboscada”, inclui anúncios de página inteira em jornais e publicações nas redes sociais, nos quais a Xiaomi compara diretamente o preço e as especificações dos seus produtos com os modelos da Apple e da Samsung.
Um exemplo notório foi a publicidade dirigida ao iPhone 16 Pro Max, onde a Xiaomi questiona se o modelo da Apple é “realmente o melhor”, ao mesmo tempo que promove o seu próprio modelo, o Xiaomi 15 Ultra. Da mesma forma, a marca chinesa visou os televisores da Samsung, afirmando que oferecia “tecnologia preparada para o futuro” pelo mesmo preço de uma “tecnologia antiga” da concorrente.
Tudo por publicidade que foi longe de mais
Especialistas em estratégia de marcas, como Harish Bijoor, salientam que as empresas estão cada vez mais sensíveis a este tipo de publicidade. “Hoje, as empresas estão a tornar-se mais sensíveis a este tipo de publicidade”, disse Bijoor. “Qualquer tipo de natureza comparativa ou depreciativa é considerado prejudicial para a marca e, por isso, as marcas protegem muito o seu valor.”
Apesar da notificação legal, analistas de mercado acreditam que a Xiaomi pode já ter conseguido o seu objetivo. Bijoor afirma que, ao provocar os rivais de forma a atingi-los onde mais dói, a marca chinesa “já colheu os frutos” da sua estratégia. Embora a notificação vise impedir danos futuros, os especialistas consideram que este tipo de marketing continuará na Índia, onde não existem leis que o impeçam.
A disputa reflete a intensa batalha pelo segundo maior mercado de smartphones do mundo, onde a Apple e a Samsung detêm cerca de 95% do segmento premium, enquanto a Xiaomi, historicamente focada em dispositivos mais acessíveis, tenta expandir a sua presença.