Histórica Casa dos Enxovais celebra hoje 60 anos

O lojista recorda que foram 17 anos de muitas aprendizagens. Por isso, aos 27 anos abre a Casa dos Enxovais, um nome apropriado à época, numa altura em que ««todas as jovens casadoiras tinham o seu enxoval», recorda José Marques. E foram tempos de muito trabalho e também muito sucesso. «Cheguei a ter 22 empregados», recorda, mas os tempos mudaram e hoje «só tenho duas funcionárias», lembrando que Rosinda Henriques, hoje com 70 anos, «é da casa há 55 anos» e que, por isso mesmo, «pelos anos de confiança» hoje «assume o leme» da casa.

Também ela recorda que «hoje é muito mais difícil manter a casa aberta». A concorrência e a mudança de mentalidades ditaram novas tendências de mercado. Rosinda Henriques confessa que «é preciso trabalhar mui­to», para fidelizar os clientes. A aposta na qualidade continua a ser «a palavra-chave». Por isso, quem procura artigos têxteis para o lar, como atoalhados, colchas de algodão, lençóis, bordados, muitos deles com motivos alusivos às tradições portuguesas, é na Casa dos Enxovais que os encontra, com a garantia de estar a comprar produto nacional, afiança Rosinda Henriques. Quanto à tipologia de clientes, a equipa da Casa dos Enxovais afirma que os turistas gostam muito dos artigos, mas há também os clientes fidelizados que sabem que é ali que «encontram qualidade e conforto, seja nos atoalhados, seja nos lençóis», apenas para dar alguns exemplos.

Pode dizer-se que a Casa dos Enxovais, juntamente com a Casa dos Linhos, são das poucas lojas com história a resistir à «pressão» dos tempos modernos. Resta saber até quando.