Governo promete acelerar apoio às empresas sem esquecer fiscalização

 O Governo português assegurou hoje, em Milão, que vai acelerar e desburocratizar o apoio às empresas, nomeadamente para a internacionalização, e afirmou que os casos de fraude são pontuais.

“Lançámos um novo regulamento para os projetos em feiras, com o papel das empresas mais simplificado. Darmos antes e fiscalizarmos depois. A lógica é confiar e depois termos a fiscalização”, referiu o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, em declarações aos jornalistas, em Milão, Itália.

Questionado se esta medida não pode gerar mais casos de fraude, o governante, que visitava a delegação portuguesa na feira de calçado MICAM, disse que essa é uma “visão pessimista” e vincou que o executivo de Luís Montenegro “tem confiança” de que tal não se vai verificar, uma vez que o “esforço de fiscalização” não vai ser retirado e que, atualmente, os casos são pontuais.

Neste sentido, referiu que a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e o IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação vão estar mais próximos das organizações, para que possam ser corrigidos erros no acesso aos apoios, que poderiam gerar problemas futuros.

João Rui Ferreira reiterou ainda “não abdicar” da confiança que é dada às empresas neste processo, que não pode ser “emperrado” logo ao início.

“O mercado é muito dinâmico e não pode esperar pela nossa burocracia”, apontou.

A MICAM, que celebra 100 edições, conta com mais de 1.000 marcas e espera cerca de 42.000 visitantes.

No certame estão presentes 42 empresas portuguesas.

De acordo com os dados disponibilizados pela APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seu Sucedâneos, no primeiro semestre de 2025, as exportações portuguesas de calçado aumentaram 3,7% em valor para 843 milhões de euros.

Entre janeiro e junho, foram exportados 36 milhões de pares de sapatos, mais 5,4%.

Em 2024, as exportações do ‘cluster’ do calçado atingiram 2.147 milhões de euros.

No ano passado, Portugal produziu 80 milhões de pares de sapatos, sendo que 68 milhões de pares foram exportados, no valor de 1.724 milhões de euros.

O calçado português foi, neste período, comercializado, em mais de 170 países e Belize foi o mais recente destino.

O Plano Estratégico do cluster do calçado prevê um investimento de 600 milhões de euros até 2030.