O mercado global dos eSIM está a mostrar sinais de uma expansão notável, podendo explodir nos próximos anos, até 2030, segundo um novo relatório.
Novas previsões da empresa de análise CCS Insight indicam que os eSIM de viagem, particularmente, estão a impulsionar um crescimento notável deste mercado, com o número fornecido em todo o mundo projetado para aumentar de 70 milhões em 2024 para 280 milhões até ao final da década.
As previsões atuais sugerem que 1,3 mil milhões de pessoas já possuem um smartphone compatível com eSIM, um número que deve ultrapassar os três mil milhões até 2030.
A par disso, o valor de mercado deverá ultrapassar os 4,4 mil milhões de dólares, impulsionado pelo aumento das viagens internacionais e pela maior familiaridade com a tecnologia eSIM.
Como ficam as operadoras tradicionais?
Fornecedores especializados em eSIM, como Airalo e Holafly, estão a visar agressivamente os viajantes internacionais, por via de alternativas de baixo custo aos planos de roaming tradicionais.
Em abril de 2025, a Airalo registou 20 milhões de clientes, duplicando efetivamente a sua base em menos de um ano, conforme citado pelo TechRadar.
Este crescimento das empresas de eSIM, a par da sua adaptabilidade ao mercado, com a aposta no roaming tradicional, representa uma ameaça para as operadoras estabelecidas.
De facto, algumas companhias aéreas e outras empresas focadas em viagens começaram, também, a oferecer os seus próprios serviços eSIM, desafiando, também, as receitas de roaming outrora seguras das operadoras móveis.
Apenas algumas, incluindo a Vodafone e a Orange, por exemplo, responderam com opções de eSIM comparáveis.
O surgimento de novos players, uma queda acentuada nos preços e a mudança para o fornecimento remoto estão a mudar a forma como as pessoas pensam sobre a sua conexão quando viajam.
Disse Kester Mann, diretor de consumo e conectividade da CCS Insight, explicando que “os eSIM para viagens estão a virar o mercado tradicional de roaming de cabeça para baixo”.
Segundo os dados da empresa de análise, a América do Norte está a liderar a adoção, com quase um quinto das viagens internacionais já a utilizar eSIM de viagem.
As previsões indicam que este número aumentará para 41% até 2030, refletindo a utilização generalizada de dispositivos compatíveis com eSIM.
Além disso, a proliferação dos eSIM deverá roubar a vantagem inicial detida pelos especialistas nestas alternativas digitais de viagem.
Para as operadoras móveis globais tradicionais, a redução das tarifas de roaming representa uma clara ameaça às receitas – no entanto, é, também, uma oportunidade para repensar modelos de negócio e explorar novos serviços num cenário em rápida mudança.