Os chatbots não só podem acreditar plenamente em todas as teorias de um utilizador, como não consideram contestá-las, porque isso provavelmente dissuadi-lo-ia de continuar a usar aquele chatbot. Neste cenário, um psicólogo explorou como a IA pode estar a criar categorias de perturbações mentais totalmente novas.
Numa conversa com a Rolling Stone, Derrick Hull, psicólogo clínico e investigador do laboratório de saúde mental Slingshot AI, explorou aquilo a que chamou “delírios de IA”, uma vez que psicose de IA não é o conceito realmente preciso.
Enquanto a psicose real envolve alucinações e pensamentos profundamente desordenados, o mundo está assistir a pessoas a serem encaminhadas para espirais de crenças que são plausíveis, têm um toque de lógica, mesmo que sejam, em última análise, disparatadas.
Geralmente, a psicose não tem alguém a incentivar — pelo menos, não alguém externo, uma vez que parte da própria pessoa que a vive.
IA pode reforçar crenças por não contestá-las
Com a tecnologia, cada vez mais avançada, a reforçar crenças ou, pelo menos, a não contestá-las, as pessoas poderão entrar por caminhos pelos quais não entrariam sem ela.
Neste cenário, a Rolling Stone citou uma publicação de Hull no LinkedIn, na qual ele explora o futuro da ligação entre a IA e os humanos: “Prevejo que, nos próximos anos, surgirão novas categorias de distúrbios devido à IA”.
Conforme explicado, essas novas categorias de perturbações mentais poderão surgir em pessoas sem qualquer predisposição para problemas de saúde mental, sendo essas totalmente potencializadas pela IA, que “interage com os utilizadores de formas que os deixam mais presos, não menos”.