
Europa arranca mês decisivo no verde. Ações de defesa britânicas aceleram
Os principais índices europeus arrancaram a primeira sessão da semana maioritariamente em território positivo, com Madrid a ser a única praça a destoar desta tendência. Os ganhos desta segunda-feira dão o pontapé de saída de um mês que se avizinha crucial para as ações mundiais, com a decisão da Reserva Federal (Fed) norte-americana em relação às taxas de juro e a votação de uma moção de confiança em França em foco.
A esta hora, o Stoxx 600, “benchmark” para a negociação europeia, avança 0,39% para 552,29 pontos, depois de ter conseguido fechar agosto como o segundo mês consecutivo de ganhos. A indústria farmacêutica e as ações industriais registam, esta manhã, o melhor desempenho entre os vários setores que compõe o principal índice do Velho Continente, num dia em que as empresas mineiras e a banca estão em queda.
Apesar de continuar os esforços para assegurar que o governo francês não cai na próxima semana, o primeiro-ministro do país François Bayrou admitiu que as reuniões marcadas para esta segunda-feira com os partidos da oposição podem não surtir efeitos. “O compromisso é algo maravilhoso, mas não tenho a certeza de que seja possível”, afirmou numa entrevista concedida a canais de notícias franceses no domingo à noite.
Uma nova crise política em França, a segunda no período de menos de um ano, pode “incentivar ainda mais a tomada de mais-valias nas ações bancárias europeias, numa altura em que o Banco Central Europeu (BCE) parece estar em pausa no que diz respeito a cortes nas taxas de juros”, explicou Alexandre Baradez, da IG, à Reuters. O analista considera que os impactos no mercado de uma provável crise política em França “vieram para ficar”.
Entre as principais movimentações de mercado, a finlandesa Konecranes dispara 5,97% para 74,60 euros, depois de a empresa especializada no fabrico de guindastes e de equipamentos de elevação ter sido alvo de uma revisão em alta da recomendação por parte do banco norte-americano Goldman Sachs. Já a espanhola Amadeus recua 1,96% para 70,20 euros, após o Bank of America Global Research ter revisto em baixa as expectativas para o desempenho da empresa em bolsa.
As ações da área militar do Reino Unido também estão em destaque esta manhã, impulsionadas pela decisão da Noruega de fazer o país o seu principal fornecedor de fragatas. É o maior investimento de sempre da nação escandinava em defesa, que está a levar os títulos de empresas como a BAE Systems e a Babcock International a valorizarem 2,22% e 3,15%, respetivamente.
Nos resultados por praça, o alemão DAX sobe 0,56%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,59%, o francês CAC-40 avança 0,51%, enquanto o neerlandês AEX salta 0,17% e o britânico FTSE 100 ganha 0,25%. Já o espanhol IBEX 35 perde 0,22%.