Viagens longas com carros elétricos são alvo de muito ceticismo. Para testar as capacidades de um Tesla neste âmbito, dois jornalistas fizeram 2500 km de estrada e concluíram que é possível “percorrer metade da Europa com a mesma rapidez e fazendo mais ou menos o mesmo que faríamos com um carro a combustão”.
Tudo começou com um telefonema e uma proposta, há uns meses. Dois jornalistas foram convidados para viajar até Berlim para conhecer o interior da fábrica da Tesla na cidade alemã e testar a mais recente versão do Model Y, o Long Range RWD.
Acima de tudo, queríamos voltar a conduzir. Experimentar em primeira mão o que é viajar por metade da Europa num carro elétrico.
Começou por contar um dos jornalistas, Alberto de la Torre, num artigo onde partilhou os pormenores da aventura.
2500 km, de Berlim a Madrid
A equipa de jornalistas utilizou um Tesla Model Y de tração traseira com bateria de 75 kWh e configuração Long Range, equipado com um motor de 347 cv e uma autonomia homologada de 622 quilómetros.
Por não poderem abandonar o país com o carro que tinham planeado usar para a sua experiência, os jornalistas viram-se obrigados a continuar o percurso com um Tesla Model 3 Highland de 283 cv, com a mesma bateria, e uma autonomia de 702 quilómetros.
O teste dos dois jornalistas procurou perceber se seria possível fazer uma viagem longa com um carro elétrico, desmistificando, ou não, a ideia de que um modelo movido a bateria não serve para longos quilómetros de estrada.
Numa viagem de 2500 km, os dois jornalistas viajaram de Berlim a Madrid, com paragens a cada 200 ou 300 km. Além de recarregar a bateria, estas serviram para esticar as pernas.
Conforme contado, a rede de Superchargers da Tesla representou uma vantagem. Afinal, os modelos da marca podem recuperar até 80% da carga em cerca de 30 minutos.
De modo a otimizar ainda mais a autonomia, os jornalistas decidiram fazer mais paragens, mas mais curtas, pois os carregadores de carros elétricos fornecem a sua maior potência nos primeiros minutos e, em seguida, a velocidade de carregamento diminui.

Fonte: Xataka
Quais as conclusões sobre a viagem num elétrico?
Segundo os jornalistas, a conclusão mais importante é que é possível “percorrer metade da Europa com a mesma rapidez e fazendo mais ou menos o mesmo que faríamos com um carro a combustão”.
É verdade que talvez tivesse escolhido outros locais para parar, para esticar as pernas ou descansar, mas também não acho que isso seja determinante. Se quisesse fazer turismo, no centro das cidades poderia ter recarregado o carro sem pressa e, provavelmente, mais barato do que fiz.
Além disso, carregar o carro não foi, também, “nenhum empecilho”. Em nenhum caso o carro demorou mais tempo a carregar do que os jornalistas a irem à casa de banho, comer ou esticar as pernas.
Até descobrimos alguns locais que provavelmente teríamos ignorado se tivéssemos ido com um carro a combustão.
Sobre a experiência de condução, o jornalista escreveu, no mesmo artigo, que “tantas horas a viajar sem ouvir o ruído do motor ou sentir as suas vibrações foi uma vantagem”.
“Especialmente ao chegar a uma cidade à tarde ou à noite, quando já cansados de um dia inteiro, podíamos deslocar-nos tranquilamente no modo one-pedal, sem tocar no pedal do travão”, contou.
É verdade que a experiência talvez mudasse um pouco se tivéssemos de nos deslocar por Espanha. Na Alemanha, França e Bélgica, a rede da Tesla era muito densa e o número de carregadores de outras empresas, que oferecem uma segurança extra, também o é.
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