Laser portátil capaz de destruir centenas de drones já chegou ao campo de batalha

Nos últimos anos, têm-se multiplicado os relatos de drones a sobrevoar áreas militares, centrais de energia, aeroportos e até zonas urbanas de grande densidade populacional. Estes dispositivos, muitas vezes baratos e fáceis de adquirir, podem ser utilizados para espionagem, ataques coordenados ou simplesmente para testar os limites da segurança. Mas, como se trava esta ameaça de forma rápida e barata?


O fenómeno tem vindo a preocupar governos e forças armadas de vários países, que procuram soluções rápidas e eficazes para neutralizar este tipo de ameaça crescente.

É neste contexto que surge o Apollo, um sistema laser de alta energia capaz de derrubar ou neutralizar centenas de drones com precisão e autonomia.

O poder destrutivo do laser Apollo

A empresa de defesa australiana Electro Optic Systems (EOS) revelou a sua Arma Laser de Alta Energia Apollo (HELW), que fornece até 150 kW de potência e é capaz de abater 200 drones de porte médio usando apenas a sua própria fonte de energia interna.

Atualmente, os lasers são vistos como uma defesa lógica contra a crescente ameaça representada por drones armados. As vantagens dos drones são que são baratos, pequenos, difíceis de detetar e podem ser enviados em grande número para sobrecarregar as defesas aéreas. Por outro lado, os lasers viajam à velocidade da luz, conseguem fixar múltiplos alvos e são conhecidos pelo baixo custo por disparo.

Lasers antidrones e antimíssil estão em desenvolvimento há décadas e, nos últimos anos, os sistemas têm vindo a aproximar-se de um estado totalmente operacional.

A parte complicada não é apenas construir um laser que consiga rastrear e bloquear um alvo de forma fiável; é também garantir potência suficiente para destruir ou neutralizar esse alvo e que o sistema possa operar em condições de campo, que tendem a ser extremamente exigentes.

Mobilidade e versatilidade em campo

A arma laser Apollo é um dos sistemas mais recentes concebidos com o campo de batalha em mente. Já foi vendida a um país da NATO não divulgado e foi desenhada para lidar com uma grande variedade de drones, desde o Grupo 1 até ao Grupo 3, ou seja, drones com pesos entre 9 kg e 599 kg.

Trata-se de um laser da classe dos 100 kW, embora, na prática, possa atingir os 150 kW.

O sistema cabe num contentor de transporte standard de 6 m, com duas unidades emissoras a sobressaírem no topo, e a empresa afirma que pode destruir drones a uma distância de até 3 km ou desativar os seus sensores óticos a uma distância de até 15 km.

Além disso, consegue cobrir um ângulo de 360° e movimentar-se sobre o alvo até 60° em apenas 700 ms, permitindo engajar 20 drones do Grupo 1 por minuto, seja como arma autónoma ou como parte de um sistema de defesa por camadas.

Se necessário, o Apollo também pode ser montado numa plataforma veicular.

O grande trunfo do Apollo é a sua fonte de alimentação interna, que lhe permite operar mesmo quando a rede elétrica está indisponível. Segundo a EOS, o laser Apollo pode engajar 200 drones antes de ficar sem energia.

Obviamente, quando ligado à sua fonte de alimentação principal, pode disparar indefinidamente enquanto a eletrónica suportar.