O mercado automóvel na Europa tem mudado ao longo dos anos. A oferta cresce, com carros de marcas e países que até há pouco simplesmente eram obscuros. Agora, e pela primeira vez, mais europeus estão a considerar mais comprar um carro chinês do que um americano.
Escolhas dos europeus estão a mudar rapidamente
Os dados do mais recente estudo da Escalent confirmam tudo. 47% dos inquiridos considerariam um automóvel chinês, enquanto apenas 44% optariam por um americano. Conforme a informação disponível, bastou apenas um ano para a situação se inverter. Antes, 51% preferiam as marcas americanas contra 31% que optaram por marcas chinesas.
A confiança nos produtos chineses aumentou de 12% para 19% num ano, enquanto a confiança nos produtos americanos desceu de 31% para 24%. Pode não parecer muito, mas num mercado tão conservador como o automóvel, estas mudanças indicam algo mais profundo do que uma mera moda passageira.
As razões vão para além dos automóveis. As tensões comerciais da era Trump, as divergências sobre a Ucrânia e a perceção de que os Estados Unidos se estão a afastar da Europa fizeram-se sentir. Mas também há razões mais práticas. Os americanos têm poucos carros elétricos pequenos que caibam nas cidades europeias.
Preferem comprar um carro chinês a um americano
O problema para os chineses é que 72% dos europeus acreditam que os seus carros deveriam ser mais baratos do que aqueles que já possuem. Apenas 13% pagariam mais por um carro chinês, mesmo que fosse objetivamente melhor. Esta mentalidade de “bom por barato” limita severamente as ambições das marcas asiáticas nos segmentos premium.
Várias marcas já perceberam este modelo e oferecem carros a preços muito competitivos, combatendo diretamente com as ofertas das marcas europeias. Por outro lado, há para muitas a decisão de fabricar na Europa, novamente com vantagens nos preços. Há também ganhos nas tarifas e prazos de entrega reduzidos. Por outro lado, as marcas americanas ainda não compreendem a Europa e as suas ofertas não se encaixam.
Os dados da Escalent refletem uma realidade importante. Os europeus perderam a paciência com as marcas que não se adaptam às suas necessidades e encontraram uma alternativa fiável nos fabricantes chineses. Não é uma questão de patriotismo, mas sim uma questão de preço, tamanho e tecnologia. E nos três aspetos, os chineses ganham aos americanos.