“Vamos ter de chamar os generais”, disse um dos mais próximos de Carlos Moedas, quando se percebeu que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa estava sob ataque cerrado pela forma como geriu o acidente do Elevador da Glória, primeiro fugindo a perguntas e correndo para o Conselho de Ministros em vez de convocar a sua vereação – a única reunião sobre o tema foi feita por iniciativa do PCP – e, depois, dando uma entrevista na SIC na qual acusou Alexandra Leitão, a candidata do PS, de ser “cínica” e de ter “sicários” a pedirem por ela a sua demissão. João Cotrim de Figueiredo, da IL, e Paulo Portas, do CDS, acabariam por ser das vozes da direita que viriam em auxílio de Moedas, numa altura em que até o social-democrata Miguel Morgado, defendendo o autarca, acabaria por admitir que “houve aproveitamento político dos dois lados” (leia-se, de Carlos Moedas e da oposição) no caso da tragédia do Elevador da Glória e que houve algum desnorte no modo como o presidente da câmara atirou aos (poucos) socialistas que pediram a sua demissão, acusando-os de serem “sicários”, ou seja, assassinos a soldo, de Alexandra Leitão.
Mesmo entre os mais indefetíveis apoiantes de Moedas a sensação é a de que a reação do autarca não foi brilhante e o fragilizou. Na coligação Por Ti Lisboa ninguém acredita que Carlos Moedas possa vir a perder a Câmara Municipal de Lisboa por causa disso, mas há muitos que admitem que a gestão do acidente do Elevador da Glória deixou uma marca. No PSD há até quem garanta que a forma como Moedas se comportou no rescaldo da tragédia pode deixar uma mossa capaz de comprometer as evidentes ambições de um homem que tem sido visto como um possível futuro líder do PSD no ciclo pós-Montenegro.
