Numa entrevista, o secretário da Energia dos Estados Unidos da América (EUA), Chris Wright, revelou que espera que a fusão nuclear forneça energia às redes elétricas em todo o mundo dentro de oito a 15 anos. Esta é uma previsão curiosa, considerando os desafios técnicos e financeiros associados à tecnologia.
A fusão nuclear é frequentemente vista como uma potencial fonte de energia limpa, segura e praticamente inesgotável. Além de não emitir dióxido de carbono ou outros gases de efeito estufa diretamente, gera resíduos radioativos mínimos e de curta duração em comparação com a fissão nuclear (energia nuclear tradicional).
De facto, atualmente, os recursos disponíveis (deutério e lítio para gerar trítio) são suficientes para responder à procura energética global durante séculos. O deutério, por exemplo, é extraído da água e o lítio encontra-se em abundância na crosta terrestre e nos oceanos.
Fusão nuclear enfrenta desafios técnicos e financeiros
Apesar de ser uma solução potencialmente viável, há vários desafios a empatar a adoção em massa da tecnologia. Desde técnicos, como ser necessário atingir temperaturas de milhões de graus Celsius para que os núcleos se fundam, até financeiros, como os elevados investimentos que os projetos de investigação exigem.
Enquanto os desafios fazem prever que a tecnologia só poderá ser comercializada dentro de algumas décadas, com a maioria dos cientistas a acreditar que as centrais de energia de fusão comerciais ainda estão muito longe, Chris Wright disse que espera esta forneça energia às redes elétricas nos próximos anos.
Numa entrevista à BBC, o secretário da Energia dos EUA explicou que “com a Inteligência Artificial [IA] e o que está a acontecer nos laboratórios nacionais e empresas privadas nos Estados Unidos, teremos essa abordagem sobre como aproveitar a energia de fusão de várias maneiras nos próximos cinco anos”.
Na sua perspetiva, “a tecnologia estará na rede elétrica em oito a 15 anos”, tendo o potencial de, um dia, produzir grandes quantidades de energia sem aquecer a atmosfera.
EUA preocupados com a dependência europeia da China
O secretário de Energia dos EUA alertou que a administração de Donald Trump tem “sérias preocupações” sobre a dependência da Europa das tecnologias renováveis chinesas.
Parece que os chineses poderiam controlar o que está a acontecer com o seu sistema energético.
A par disso, repetiu as afirmações feitas pelo Presidente dos EUA de que os esforços do Reino Unido e da Europa para fazer a transição dos combustíveis fósseis para a energia de baixo carbono estão a levar à desindustrialização e ao empobrecimento dos seus cidadãos.