
Nem só de grupo Sonae – que gere um portefólio diversificado de negócios nas áreas de retalho, serviços financeiros, tecnologias, imobiliário e telecomunicações – é feito o universo empresarial da família Azevedo.
A Efanor, “holding “ familiar do clã nortenho, integra também no seu perímetro colossos como a SC Investments, que agrega os ativos da Sonae Capital nos negócios dos ginásios e turismo, e a nova Prismore Capital, que junta os ativos industriais das antigas Sonae Capital e Sonae Indústria.
O portefólio dos herdeiros de Belmiro de Azevedo integra ainda, entre outros ativos, a Sonae Arauco, uma das maiores empresas mundiais de soluções derivadas de madeira para mobiliário, construção e design de interiores, que é detida em 50% pela Efanor e os outros 50% pelos chilenos da Arauco.
Ora, a Sonae Arauco fatura perto de 900 milhões de euros, vendendo os seus produtos em 70 países, emprega cerca de 2.600 pessoas em nove países (Portugal, Espanha, Alemanha, África do Sul, Reino Unido, França, Países Baixos, Suíça e Marrocos), 800 dos quais no nosso país, e opera 23 unidades industriais e comerciais.
Entretanto, a Sonae Arauco acaba de arrancar a operação da primeira linha de reciclagem de painéis de fibra à escala mundial, na sua fábrica de Mangualde.
“O projeto, resultado de um investimento de oito milhões de euros, representa um marco pioneiro para o setor e reforça o compromisso da empresa com a economia circular e inovação”, realça a Sonae Arauco, em comunicado.
A nova linha permite transformar painéis MDF em fim de vida em matéria-prima para a produção de novos painéis de fibra MDF/HDF, “algo que, até agora, não era possível numa escala industrial”, afiança a empresa, adiantando que, em pleno funcionamento, a nova linha permitirá integrar até 20% de fibras recicladas de MDF nos novos painéis produzidos.
Segundo Rui Correia, CEO da empresa, “este investimento é estratégico não só para a Sonae Arauco, mas para toda a indústria de painéis derivados de madeira”.
“A introdução de fibras recicladas de MDF em novos painéis em contexto industrial demonstra o nosso empenho na promoção da circularidade e do uso da madeira em cascata. Os primeiros resultados são promissores e estamos confiantes de que atingiremos a meta de incorporação de 20% a que nos comprometemos”, remata Rui Correia.
A nova linha de reciclagem em Mangualde integra o projeto TransForm, Agenda criada no âmbito da Componente 5 (C5) do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), dedicada à Capitalização e Inovação Empresarial, no contexto das Agendas Mobilizadoras e Agendas Verdes para a Inovação Empresarial.
Esta nova linha “insere-se num plano mais amplo de investimentos estratégicos da Sonae Arauco na área da reciclagem, que inclui também a expansão dos centros de recolha e reciclagem de madeira e a aquisição de novos equipamentos industriais para a unidade industrial de Oliveira do Hospital”, destaca a empresa.
“O objetivo global é aumentar a disponibilidade de matéria-prima reciclada e assegurar a sua correta triagem e valorização, de forma a maximizar a eficiência na utilização deste recurso limitado”, explica a Sonae Arauco, adiantando que, neste contexto, está ainda “a desenvolver parcerias com clientes e parceiros industriais para dinamizar processos de recolha de resíduos de MDF, garantindo um circuito cada vez mais eficiente de reaproveitamento deste material”.
A Sonae Arauco garantiu que, no ano passado, valorizou 809 mil toneladas de madeira reciclada, elevando para 33% a taxa de incorporação no seu portefólio.
Neste âmbito, a empresa assegura atualmente “uma integração de madeira reciclada superior a 70% nas suas gamas de aglomerado de partículas (PB) e prevê, em algumas geografias, atingir mais de 75% de integração até ao final do ano”.