YouTube Premium copia a estratégia da Netflix: acabou-se a partilha de contas

A partilha de contas em serviços de subscrição, uma prática comum para otimizar custos, enfrenta um novo obstáculo. Seguindo a tendência da Netflix, a Google está a tomar medidas mais rigorosas contra a partilha indevida de contas do YouTube Premium.


Fim da partilha de contas no YouTube Premium

A era da partilha liberal de contas familiares do YouTube Premium parece estar a chegar ao fim. A Google, detentora da plataforma, iniciou uma campanha para aplicar de forma mais estrita os termos de utilização do serviço, que estipulam que todos os membros de um plano familiar devem residir no mesmo agregado familiar.

Consequentemente, muitos utilizadores que partilhavam a subscrição com amigos ou familiares a viver noutras moradas estão a ser notificados.

O alerta chega através de um email com um aviso claro: “a sua subscrição YouTube Premium familiar vai ser pausada”. A justificação apresentada pela empresa é igualmente direta, afirmando que “parece que não está no mesmo agregado familiar que o gestor da família”.

Após a receção desta comunicação, os membros afetados dispõem de um prazo de 14 dias antes de perderem o acesso aos benefícios do serviço. Findo este período, deixarão de usufruir de vantagens como a reprodução de vídeos sem anúncios ou a audição em segundo plano.

É importante notar que apenas o acesso ao Premium é revogado; os utilizadores permanecerão no grupo familiar da conta Google, mas sem as funcionalidades pagas do YouTube. O administrador da conta, por sua vez, manterá a sua subscrição ativa.

Estratégia inspirada na Netflix e no Spotify

A Google não é pioneira nesta abordagem. A medida segue uma estratégia já implementada por outras grandes empresas de tecnologia, como a Netflix e o Spotify, que também intensificaram o controlo sobre a partilha de contas para converter utilizadores não pagantes em subscritores.

O plano familiar do YouTube Premium, com um custo de 17,99 euros, permite a inclusão de até cinco membros, o que reduz significativamente o encargo mensal por pessoa quando comparado com a subscrição individual de 9,99 euros.

Esta considerável poupança incentivou a criação de “famílias” compostas por amigos ou conhecidos, uma prática que a plataforma tolerou durante anos. Contudo, o cenário mudou e a empresa parece agora determinada a garantir que os planos familiares são utilizados exclusivamente por pessoas que partilham a mesma residência.

Para identificar os utilizadores que não cumprem os requisitos, a Google recorre muito provavelmente a mecanismos de verificação tecnológica. A análise de dados como a geolocalização dos dispositivos ou os endereços IP das redes Wi-Fi a partir das quais os utilizadores acedem ao serviço são os métodos mais prováveis.

Se o sistema detetar que um ou mais membros se conectam consistentemente a partir de uma morada diferente da do administrador do plano, poderá acionar o processo de suspensão das suas vantagens Premium.

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