Foi um tombo generalizado e que contagiou outros mercados, inclusive a bolsa portuguesa. O índice polaco WIG20, que segue as 20 maiores cotadas do país, caía esta manhã 3,17% (para 2.924,37 pontos), arrastado pela queda das empresas do setor bancário.
O Bank Millennium, no qual o BCP detém 50,1% do capital, recuava 6,81% para 14,92 zlótis por ação, por volta das 8:30 horas de Lisboa desta sexta-feira, com a queda aos primeiros minutos da sessão a ter sido na ordem dos 7,5%. Um zlóti equivale a 23 cêntimos, na cotação atual.
Outros grandes bancos polacos também foram arrastados pela onda vermelha: o PKO perdia 6,97% para 77,90 zlótis por ação; o Pekao tombava 7,211% para 199,25 zlótis; e o Santander Polónia recuava 5,15% para 526,80 zlótis.
Isto como consequência do anúncio feito pelo ministro das Finanças polaco, Jaroslaw Neneman, relativo a um aumento do imposto sobre o rendimento dos bancos. Atualmente em 19%, este imposto passará a ser de 30% já em 2026.
Esta subida, que já vinha a ser antecipada, é justificada com a necessidade de o país arrecadar mais fundos para investir na área da defesa. A aplicação do novo imposto vai, no entanto, baixar no tempo: em 2027 passa para 26% e nos anos seguintes recua para 23%.
Segundo a Reuters, a Polónia tem vindo a aumentar significativamente os gastos em defesa, sobretudo após o início da guerra na Ucrânia, e tenciona investir 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa já no próximo ano.
O aumento do imposto sobre a banca deverá permitir encaixar 6,5 mil milhões de zlótis adicionais, o equivalente a 1,5 mil milhões de euros ao câmbio atual, só no próximo ano.
“No total, ao longo dos próximos dez anos, a solução proposta deverá gerar mais de 20 mil milhões de zlótis [cerca de 4,7 mil milhões de euros] para o orçamento governativo, representando uma contribuição significativa do setor bancário para financiar os gastos estatais em defesa”, sublinhou o ministério das Finanças polaco, em comunicado.
